No momento em que este post entrar no ar, já terá se iniciado a cerimônia de transferência da Presidência do Supremo Tribunal Federal (STF), com o ministro Gilmar Mendes passando o cargo para seu colega Cezar Peluso, o primeiro ministro indicado pelo presidente Lula.
A Presidência que se encerra hoje foi, certamente, a mais polêmica da história da corte. Com grande ênfase no contato direto com a imprensa, Mendes não se furtou em se fazer ouvir sobre os mais diversos temas, muitas vezes comprando brigas públicas com o Executivo, com o Ministério Público e com associações de magistrados.
Mendes fez a festa da mídia, tanto dos diversos veículos que publicavam acriticamente todas as suas declarações, quanto dos jornalistas que o elegeram como "vilão" e o criticaram diuturnamente, tanto por suas entrevistas, quanto por suas decisões.
Não se pode desconhecer, porém, que esta postura deu maior visibilidade às atividades do Supremo, conhecido hoje não apenas pela classe jurídica, mas pela sociedade de modo geral.
Magistrado de carreira do Tribunal de Justiça paulista, Peluso tem um perfil mais comedido, o que implicará em grande mudança na relação STF-imprensa. Não nos habituaremos mais a ouvir o presidente da corte sobre todo e qualquer assunto, mas apenas comentando os julgados mais importantes - após o término dos julgamentos - , além de questões relacionadas à magistratura nacional.
Os setoristas do STF (repórteres escalados para cobrir a corte) terão que se desdobrar para produzir boas matérias a partir de agora. Acabou o tempo da reportagem fácil, da polêmica que ia direto para as primeiras páginas dos jornais. Em contrapartida, a qualidade das notícias deve melhorar.
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Confira o perfil de Cezar Peluso na Wikipédia.
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