sexta-feira, 17 de abril de 2009

MPF tem missão impossível pela frente

Moralizar o uso de passagens aéreas pelos deputados federais. Se não é impossível, é quase! Mesmo assim, o Ministério Público Federal (MPF) enviou uma série de recomendações ao presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP) com o objetivo de regularizar a questão.

Informou o portal G1 que, dentre as recomendações, está o fim do pagamento do benefício aos deputados eleitos pelo Distrito Federal. As passagens, lembre-se, são fornecidas para que os deputados possam retornar a suas bases eleitorais. Assim, não há nada que justifique o recebimento das cotas mensais pelos deputados do DF.

Também foi sugerida a proibição do uso das passagens por terceiros que não os próprios parlamentares. Numa época em que foi apurado o fornecimento de passagens aéreas até para os atores teens Kayky e Sthefany Britto (foto), como verificado com o deputado Fábio Faria (PMN-RN), é provável que os parlamentares façam ouvidos moucos a tal recomendação. Aliás, nesta quinta-feira (16/4), a Mesa Diretora da Câmara anunciou que a cota de passagens deve se limitar ao deputado, cônjuge e dependentes legais.

Sobre este ponto, faço minhas as palavras do jornalista Ricardo Noblat: "O que mulher de deputado e seus dependentes legais têm a ver com o exercício do mandato dele? A mulher e os dependentes não foram eleitos para nada".

Por fim, mas não menos importante, o Correio Braziliense destacou que os procuradores da República também questionaram a disparidade de valores, que permite que deputados mineiros realizem 40 viagens mensais para seus Estados enquanto os representantes de Roraima na Câmara "só" conseguiriam comprar 12 bilhetes Brasília-Boa Vista-Brasília por mês.

Como ressaltado, o Ministério Público Federal está - ao que tudo indica - realmente diante de uma missão impossível.
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Confira a matéria "MPF recomenda à Câmara extinguir cota de passagens para deputados do DF", publicada no G1 em 15/4;

Veja também a reportagem "Câmara: jogo duro contra a gastança nas passagens aéreas", do Correio Braziliense de 16/4.

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