terça-feira, 25 de outubro de 2016

Judiciário x mídia III - o caso Gilmar Mendes

Numa quinzena dedicada a discutir os casos - e conflitos - entre integrantes do Judiciário e veículos de comunicação, é preciso dedicar um capítulo exclusivo ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes (foto).

Mendes é conhecido por falar demais. Sempre! Sobre todos os assuntos. Em especial, temas políticos e matérias que serão julgadas pelo STF, adiantando seu futuro posicionamento.

Acostumado às polêmicas, Gilmar Mendes não reage bem às críticas. Ao contrário, tem por hábito processar quem o critica. Foi assim com a revista Carta Capital, com a atriz e apresentadora de TV Mônica Iozzi, com o jornalista Paulo Henrique Amorim e com os autores do livro "Desvaneios sobre a Atualidade do Capital" *, que, além de indenização pecuniária, terão que retirar o livro de circulação e publicar nova edição com um trecho censurado, que fazia referência a um suposto telefonema de William Bonner a Mendes **.

Ontem, enquanto escrevíamos esta postagem, o ministro estava novamente pautando a imprensa com opiniões fortes e polêmicas sobre a operação Lava Jato, como mostram as reportagens da Folha de S.Paulo e do site Último Segundo.

Sobre os últimos acontecimentos, o ministro recebeu elogios de Kennedy Alencar (CBN) e críticas de Edmundo Leite (O Estado de S.Paulo). Para Direito na Mídia, o exagero de manifestações públicas é patente. Assim, mesmo quando ele acerta, erra.
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* O livro de Clóvis de Barros Filho e Gustavo Fernandes Dainezi pode ser comprado pela internet.

** Vale a pena a leitura da coluna 'Entre Aspas', do jornalista Laurindo Lalo Leal Filho, que participou da famosa visita de professores de jornalismo da USP à redação do Jornal Nacional, em novembro de 2005, recebidos pelo editor-chefe e apresentador William Bonner.

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