terça-feira, 14 de agosto de 2012

Mensalão 8º dia: mais do mesmo

Há pouco a comentar sobre o oitavo dia de julgamento do mensalão. Foram ouvidas mais cinco defesas, desta vez de réus ligados ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).

Luiz Francisco Corrêa Barbosa, advogado de Roberto Jefferson, caprichou nos adjetivos para acusar o ex-presidente Lula que, em seu entender, deveria ter sido denunciado. Aproveitou também para atacar o procurador-geral da República, afirmando ser ele o primeiro PGR denunciado por crime de responsabilidade perante o Senado.

Houve também uma grande deselegância, quando um dos ocupantes da tribuna quis fazer uma graça com Roberto Gurgel, comparando-o a conhecido humorista da TV Globo. Não convém aqui nem mencionar o nome do causídico.

Assim, reproduzimos nota do informativo Migalhas de hoje sobre a sessão de ontem:

"Uma tarde no Supremo

A baixa umidade do ar nem chocava tanto, pois uma brisa suave - a lembrar que o DF está chantado a 1.000 metros de altitude - deixava o clima agradabilíssimo. Até os gramados, que deveriam estar secos nesta época, reluziam verdes. Foi neste ambiente que o foca sorteado para fazer a cobertura do mensalão chegou ontem à Praça dos Três Poderes.

Achou, de cara, que haveria um show de rock, tal a estrutura armada, com seguranças por toda a parte, gradis metálicos cercando o STF (coisa que nem os militares ousaram fazer) e tudo mais. No Supremo, câmeras, detectores de metal, revistas pessoais, etc. Vencido este aparato, uma hostess (que não entendia nada, mas sorria o tempo todo) indicava onde se devia sentar. E ai daquele que ousasse ficar em lugar indevido.

A propósito, o plenário do STF está assim dividido (isso mesmo, dividido) : um quinto para convidados (o presidente da Corte deve ter se esquecido de suas origens às margens do S. Francisco, em Propriá/SE), outro para imprensa, dois quintos para os muitos advogados da causa, e menos de um quinto (porque alguns assentos são reservados aos assessores dos ministros) para quem quiser ir acompanhar in loco. 14h e mais um pouquinho (para não perder o costume), começa a sessão. Sem medo de errar, havia mais gente no staff do que espectadores.

Finda a sustentação oral do advogado de Roberto Jefferson, o plenário ficou quase às moscas. A impressão que se tem é que quando começar a leitura dos votos o interesse, que como se vê já está minguando, vai se exaurir. Com efeito, os operadores do Direito bem sabem como são enfastiosas estas coisas para quem não é da causa. Ademais, só na proclamação saberemos o que vai dar, porque pelos votos será uma confusão para contar absolvidos e condenados, e destes (se houver) a real dosimetria da pena.

Enfim, restarão, como ouvintes, os seguranças contratados a não sei que preço. Nem o desditoso foca desta redação estará lá, porque este, que não é lelé da cuca, preferiu outro espetáculo".

Começa daqui a pouco o novo dia, sétimo dedicado às defesas.

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