terça-feira, 29 de maio de 2012

Os R$ 15 milhões de Thomaz Bastos

No sexta-feira 25/5, a jornalista Mônica Bergamo publicou, em sua coluna na Folha de S.Paulo, que o advogado e ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos estaria ampliando sua atuação em Brasília e que teria cobrado R$ 15 milhões do bicheiro Carlinhos Cachoeira. O texto foi reproduzido na Folha.com.

Ao divulgar os honorários de um criminalista para defender seu cliente, a intenção do jornal não foi enaltecer o trabalho do causídico, mas sim "deixar no ar" a impressão de que haveria algo de errado na cobrança de valor tão elevado pela defesa de um acusado da prática de diversos crimes.

O ex-ministro da Justiça também foi tema de reportagem da IstoÉ desta semana. Para a revista, "Bastos protagonizou dois episódios capazes de gerar sérias controvérsias no mundo político e jurídico do País. Em um, exerceu pressão política sobre o Supremo. Em outro, o mais visível e polêmico deles, colocou-se como um obstáculo para o trabalho que o Congresso Nacional pretendia realizar".

As críticas públicas levaram a OAB de São Paulo a publicar nota oficial em defesa de Bastos (veja matéria do Estadão). "O advogado não pode ter sua figura confundida com a de seu cliente, não deve ser hostilizado pela opinião pública e pelas autoridades policiais ou judiciárias ou sofrer linchamento moral por parcela da mídia", afirmou Luiz Flávio Borges D'urso, presidente da OAB/SP.

Ainda temos muito a evoluir quando a presença do advogado ao lado de seu cliente - seja numa CPI, seja no fórum criminal - é vista como um obstáculo para o trabalho de qualquer autoridade.
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Ainda sobre o tema, confira nosso post "Kakay e a eterna confusão acusado-advogado", de 14/5.

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