Foi um sucesso de audiência, ontem, o início do julgamento no STF sobre a validade das cotas raciais nas universidades públicas. Transmitida ao vivo pela TV Justiça e reproduzida pelo site da própria TV e pelos portais UOL e G1, a sessão foi acompanhada e comentada nas redes sociais, com destaque para o Twitter, que teve o nome da vice-procuradora-geral da República Deborah Duprat nos tópicos mais comentados do dia.
A possibilidade de acompanhamento por quem não teria condições de estar no plenário do Supremo Tribunal Federal é, sem dúvida, o ponto mais positivo das transmissões da TV Justiça. Do contrário, teríamos que aguardar as matérias produzidas pelos meios de comunicação tradicional ou, no máximo, acompanhar as informações dos jornalistas-tuiteiros que estavam na corte, com destaque para Felipe Seligman da Folha de S.Paulo e Rodrigo Haidar, do Consultor Jurídico.
Mas nem tudo é positivo na TV Justiça. O ministro Luiz Fux, do STF, comentando sobre as transmissões e os longos votos proferidos em razão da TV, certa vez afirmou: "eu confesso que passei a entender reality shows a partir do STF".
Ontem pudemos ver outro lado negativo. Não temos dúvida em afirmar que, não houvesse a transmissão ao vivo, nem um terço dos advogados representantes dos amici curiae teria se dado ao trabalho de ir ao Supremo sustentar oralmente.
O palanque eletrônico seduziu um número exagerado de advogados(as), boa parte deles(as) sem o menor preparo. Houve, é evidente, exceções, como as boas intervenções de Márcio Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça, e do advogado Édio Silva Júnior. Mas, claramente, vários dos que ocuparam a tribuna o fizeram na tentativa de buscar visibilidade.
Para finalizar, um comentário que fez sucesso no Twitter ontem, após tantas sustentações ruins: "tramita no Supremo uma proposta de emenda regimental para estabelecer o uso do bafômetro antes de o advogado usar a tribuna".
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