Nesta segunda-feira 12/3, a Folha de S.Paulo entrevistou o jurista Modesto Carvalhosa, festejado professor de direito comercial da USP e advogado com passagem importante pela OAB/SP.
O título da entrevista é "Corrupção está mais 'rasteira e evidente', avalia especialista". Logo no início, o repórter João Batista Natali explica o motivo de Carvalhosa ser considerado um especialista em corrupção: "em meio a uma dezena de obras que publicou, sobretudo em direito societário e comercial, Carvalhosa coordenou as 493 páginas de 'O Livro Negro da Corrupção' (1995)", uma obra que tratou do Governo do ex-presidente Collor.
Apesar do título, o motivo da entrevista parece ter sido o aniversário de 80 anos de Carvalhosa, comemorado hoje, e o documentário sobre sua carreira, feito por sua filha e exibido ontem em São Paulo. Mas, sobre o filme, não há nenhuma outra informação.
Em 15 perguntas, o entrevistador conseguiu a proeza de tratar dos seguintes assuntos: 1) corrupção, 2) Lei da Ficha Limpa, 3) presidencialismo X parlamentarismo, 4) papel do Conselho Nacional de Justiça - CNJ, 5) excesso de recursos, 6) súmula vinculante, 7) administração profissional de empresas, 8) desempenho de estatais, 9) "qual seu tombamento preferido?", 10) greve de professores, 11) expectativas de um mundo melhor, 12) papel das ONGs, 13) hobby de pianista amador e 14) preferências literárias.
O entrevistado falou sobre tantos - e tão variados - assuntos que a entrevista ficou completamente sem sentido. Nenhum dos temas está especificamente na pauta do dia para justificar a matéria e, se a intenção foi uma homenagem pelos 80 anos, o jornal poderia ter se aprofundado em alguns desses assuntos e não ter despejado tantas perguntas sem qualquer critério.
A impressão que fica é que o único assunto não tratado foi o Big Brother Brasil 12! Talvez, por falta de espaço.
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