segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Mídia de olho no julgamento do mensalão

Às vésperas do início do julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal, a mídia começa a soltar reportagens preparatórias, onde apresenta os antecedentes de decisões do STF sobre casos de corrupção e explica o passo-a-passo até o dia (ou as semanas) do julgamento.

Na IstoÉ da semana passada, por exemplo, o mensalão foi batizado de "julgamento do século". Segundo a revista, a previsão é de instauração da sessão no início de maio, com estimadas 4 semanas de debates, das quais 76 horas só para acusação e defesa exporem seus argumentos.

Os repórteres Octávio Costa e Izabelle Torres explicam que o procurador-geral da República conseguiu aumentar seu tempo de sustentação oral quase quarenta vezes: "os ministros do Supremo já concordaram em conceder ao procurador as mesmas 38 horas às quais os defensores terão direito". Não foi comentado se os advogados de defesa concordaram com a alteração ou se ao menos foram comunicados.

No último domingo (26/2), a Folha de S.Paulo lançou caderno especial intitulado "A engrenagem da impunidade" *. Em mais de uma dezena de reportagens, o jornal discute uma série de investigações contra políticos que "demoram mais que o normal e se arrastam por anos sem definição" e mostra que a lentidão está em todos os lados, Justiça, Ministério Público e Polícia.

Os repórteres Rubens Valente, Fernando Mello e Felipe Seligman colhem também a opinião do advogado Pierpaolo Botini, para quem "falta vocação" para os tribunais colherem provas, dos professores Carlos Pereira e Marcus André Melo, contrários ao foro privilegiado para autoridades, e, por fim, entrevistam o decano do STF, ministro Celso de Mello, que defende o fim da prerrogativa de foro.

" A minha proposta é um pouco radical, porque proponho a supressão pura e simples de todas as hipóteses constitucionais de prerrogativa de foro em matéria criminal. (...) Poderia até concordar com a subsistência de foro em favor do presidente da República (...) e dos presidentes do Senado, da Câmara e do Supremo. E a ninguém mais." - Ministro Celso de Mello
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* Deixamos de indicar o link oficial, fechado a assinantes. No Blog da Janice, da procuradora da República Janice Ascari, você pode conferir o caderno especial na íntegra.

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