O juiz Jeronymo Villas Boas, mineiro de nascimento e pastor evangélico como segunda atividade, ganhou destaque no programa Fantástico bem no dia da famosa parada gay de São Paulo. O timing da Globo foi perfeito, uma vez que o magistrado ganhou fama justo ao anular a primeira união estável entre pessoas de mesmo sexo firmada em cartório no Brasil.
O Fantástico entrevistou-o no fórum de Goiânia. O juiz, que afirma não ser homofóbico "de modo algum", deu um exemplo curioso de tolerância ao sugerir que 10 homens homossexuais "fundassem um Estado sob a bandeira gay" numa ilha do Pacífico e tentassem se perpetuar sob Estado (sic)!
Por suas atitude, Villas Boas foi criticado na própria reportagem pela desembargadora Beatriz Figueiredo Franco, corregedora do TJ/GO, e pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal. No seu entendimento, contudo, ele é criticado não por seu fundamentalismo religioso, mas porque possui "uma forte influência marxista"!
Confira o vídeo com a íntegra da reportagem. Para nós, fica uma pergunta: é possível ser ao mesmo tempo juiz de direito e pastor evangélico? Com a resposta, o CNJ.
6 comentários:
Acho que o juiz se mostrou bastante ponderado. Julgou segundo suas convicções. Se tirarmos isso dos juízes perde-se o sentido da justiça. Os tribunais estão aí para corrigir e rever as decisões. Estranho foi o posicionamento do Min. Luiz Fux que criticou o julgador de primeira instância. Este sim, estranhamente, se mostrou intolerante.
Na mesma linha do raciocinio do Rcardo: Pode um Juiz ser gay ? É possivel a pessoa ser juiz e gay ao mesmo tempo ?
Com todo respeito, acredito que a linha de racicínio não é bem a do comentário anônimo acima. Um juiz - como qualquer pessoa - pode ser evangélio, católico, ateu, maçom, heterossexual, homossexual, santista, mangueirense, casado, divorciado, fã de música clássica ou de Luan Santana...
A questão é se pode o juiz ser pastor evangélico, ou seja, ter um "cargo" na igreja. No mesmo sentido, pode haver um juiz padre ou um juiz "chefe" de um terreiro?
Com relação a Maçonaria, em 2007 foi deferida liminar para o Grão Mestre do GOESP que era juiz continuar no cargo. Infelizmente, o mérito não foi apreciado pela perda do objeto.
Se a função for meramente 'espiritual' do pastor, não há colidencia com a LOMAN.
Mas o tema é bem interessante, e merece maior reflexão.
Não tenho nada contra os homossexuais, pois cada um procura viver segundo a sua vontade. Já o Magistrado devia seguir o rumo do Supremo, haja vista que as decisões da Corte Suprema deve ser seguida e não julgar segundo sua opinião.
Não vejo sentido nesse questionamento, Ricardo! Não faz sentido vincular a obtenção de um cargo eclesiástico a uma profissão ou função pública. A pessoa se torna pastor mediante a uma formação em um seminário, um direito dele tanto ser pastor como ser juiz!
Vcs defendem o estado laico, mas não sabem fazer essa separação, impressionante!
Quanto à decisão, todos sabemos que os juízes, em qualquer caso, evangélicos ou o que forem, decidem de acordo com suas próprias convicções!
Isso só mostra que quando qualquer assundo envolve evangélicos, toma uma proporção mil vezes maior. Por que será?
Ana.
Postar um comentário