domingo, 15 de maio de 2011

Jornal dos EUA e a proteção total às crianças

Esta semana, o The Arizona Republic - o mais importante jornal daquele Estado norteamericano - publicou uma extensa reportagem sobre o caso do brasileiro Ricardo Costa*.

Neste post, não vou comentar sobre o caso em si, mas sobre um parágrafo específico na matéria que me chamou a atenção. Confira:

"The Arizona Republic in general does not identify victims of sexual abuse. Because the children may be victims, the newspaper is not naming the father or mother to protect the children's identities" ou, em tradução livre, "The Arizona Republic em geral não identifica vítimas de abuso sexual. Como as crianças podem ser vítimas, o jornal não dará os nomes do pai ou da mãe, para proteger a identidade das crianças".

A postura é diferente da adotada como padrão pela mídia brasileira. Por aqui, protegem-se os nomes e as imagens das crianças e adolescentes envolvidos, mas não de seus pais, nem das pessoas acusadas por um eventual crime contra menores.

Com o primeiro nome da criança ou suas iniciais, acrescidas dos nomes completos dos pais na mesma reportagem, torna-se fácil a identificação dos menores, justamente o que se pretende dificultar com medidas como a distorção de imagens e/ou da voz e a publicação apenas das iniciais.

Por outro lado, sem a identificação dos envolvidos maiores de idade, a reportagem fica mais genérica, não expõe tanto o drama por trás das frias letras de um jornal ou site, o que pode ser positivo ou negativo, de acordo com as expectativas do veículo e - principalmente - dos leitores.

E o leitor de Direito na Mídia, o que acha desta postura do jornal estadunidense? Deixe seu comentário.

Não deixe de ler a reportagem completa (em inglês).
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* Ricardo Costa está preso nos EUA há 877 dias, sem julgamento, com uma fiança arbitrada em absurdos US$ 75 milhões, em dinheiro. É acusado de abuso sexual contra dois de seus três filhos. A acusação surgiu numa audiência do divórcio e é fundamentada unicamente por uma psicóloga que, tempos depois, foi proibida de consultar, por já ter induzido outras crianças a mentir em casos semelhantes. A família brasileira pede que ele seja submetido logo a julgamento, consciente de sua inocência. Saiba mais em www.freericardocosta.com.

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