terça-feira, 30 de março de 2010

Argentina: crime para esconder o passado

Como se sabe, a Argentina nunca teve medo de conhecer e enfrentar seu passado ditatorial. Atualmente, uma das maiores discussões de nossos vizinhos diz respeito aos chamados “filhos da ditadura”, jovens retirados de seus pais ainda bebês e entregues a militares ou a empresários, que os criaram como se fossem seus filhos naturais.

Mas é fato que nem todos desejam este acerto de contas. Sob o título “crimen sobre crimen”, o jornal Página 12 desta terça-feira descreve o homicídio (possivelmente por razões políticas) ocorrido ontem em Rafaela, pequena cidade argentina.

Silvia Suppo foi assassinada em seu comércio, entre 9h e 10h da manhã, com doze punhaladas. A vítima havia sido sequestrada, torturada e violentada em maio de 1977, quando possuía apenas 17 anos. Na prisão, sofreu um aborto e seu companheiro continua desaparecido desde então.

Silvia não teve medo de seus algozes e, em outubro do ano passado, testemunhou em juízo contra o ex-juiz federal Víctor Brusa e outros cinco repressores. Foi então apontada como testemunha-chave, de acordo com o Página 12, seu testemunho em juízo “foi demolidor”.

Sobre seu importante testemunho, Silvia havia declarado: “Te remueve todo el pasado, tenés un poco de nerviosismo por el lugar em que estás, muy expuesta, pero sentis que le das un poquito de cierre a la historia”.
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Confira a cobertura do caso no site do jornal.

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