segunda-feira, 4 de novembro de 2013

O ministro Barroso em ótima entrevista no Globo

Merece destaque a entrevista dada pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, a Carolina Brígido e Francisco Leali, jornalistas de O Globo: "É preciso uma revolução no modo como o Supremo atua", publicada dia 2/11 na internet e no dia seguinte no jornal impresso.

Dentre as revelações, uma que não surpreende quem já trabalhou em um tribunal superior: "o volume de trabalho é irracional", o que leva a inúmeros problemas de ordem prática e a seguidas tentativas de conferir celeridade ao trâmite processual, como o projeto de novo Código de Processo Civil, em debate na Câmara dos Deputados.
"Há no Supremo um varejo de miudezas maior do que o que eu imaginava e que consome muito o tempo dos ministros".
Realista, Barroso reconheceu que o STF não é o foro adequado para julgar ações penais originárias (foro privilegiado), bem como que a corte não deveria ocupar espaço central nas discussões políticas: "muitas questões importantes no país dependem de decisões políticas, e o Supremo não é o espaço mais adequado para as decisões políticas, salvo por exceções", posição que destoa do ativismo judicial verificado nos últimos anos.

Questionado a respeito de temas que serão ou poderão ser apreciados pelo STF, o ministro preferiu não se pronunciar, novamente agindo de modo diverso de alguns de seus pares: "sobre as questões que envolvam o Supremo, só gostaria de falar olhando para trás. Não gostaria de falar olhando para frente, porque isso poderia comprometer minha atuação como juiz".
"As críticas me incomodaram na medida em que a minha mulher sofreu, os meus filhos sofreram. As redes sociais dizem barbaridades. Porém, eu não sofri na minha relação comigo mesmo um segundo sequer".

É uma entrevista que merece ser lida com atenção.

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