sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Mensalão 1º dia: sensação de anticlímax

O tão esperado primeiro dia do julgamento da Ação Penal nº 470 - conhecida como mensalão - foi, tecnicamente, pouco produtivo. Pior que isso, deixou nos presentes uma total sensação de anticlímax.

Logo de início, uma surpresa. Apesar do grande destaque midiático, das grades de contenção ao redor de todo o Supremo - três fileiras de grades na frente do prédio -, dos quatro ônibus da Polícia Militar do DF e suas dezenas de milicianos, o público não compareceu. Às 13h30, faltando pouco para o início da sessão, não mais que 20 pessoas observavam o que se passava no STF.

Para não dizer que foram só eles, um grupo de sindicalistas do Poder Judiciário chegou no meio da tarde com bandeiras e faixas com os dizeres "nem mensalão, nem Cachoeira, quero é meu plano de carreira". Ou seja, não estavam nem aí para o que se discutia no plenário. Por falar em plenário, havia cadeiras vagas em quase todos os setores, com exceção dos lugares destinados aos defensores, completamente tomados. 

O extenso voto sobre o desmembramento do processo, lido na íntegra pelo ministro Ricardo Lewandowski quando do debate da questão de ordem suscitada pelo advogado Márcio Thomaz Bastos, foi fator determinante para esvaziar a sala de julgamentos. Havia mais jornalistas do lado de fora, fumando, conversando, trocando mensagens em seus celulares, do que no plenário. 

Nem os ministros resistiram. Em determinado momento, durante o voto do ministro Marco Aurélio, ainda sobre a questão de ordem, apenas cinco dos outros dez integrantes estavam presentes. Na volta do intervalo, tivemos a leitura do relatório, expediente meramente formal. E foi só.

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