Concorde-se ou não com os argumentos da primeira parte do voto do ministro Ricardo Lewandowski no julgamento do mensalão, é certo que muitas das críticas não são merecidas. Na última vez que estive no plenário do STF, até o taxista reclamou: "tomara que 'esse' Lewandowski saia logo, fica lá defendendo os bandidos".
Um dos maiores críticos de Lewandowski, desde a conhecida questão de ordem do desmembramento do processo, no primeiro dia, tem sido o jornalista Merval Pereira, do Globo e da rádio CBN.
Incomodado, Lewandowski tomou uma atitude que exige uma dose extra de cautela quando se é o personagem central de críticas da imprensa: telefonou diretamente ao jornalista. Normalmente, tal iniciativa deve ser discutida com o assessor de imprensa e medidos os prós e contras antes de ser tomada.
Segundo relata o colunista do Globo, no post intitulado "As razões de Lewandowski", o ministro ligou para esclarecer um ponto que estava sendo divulgado equivocadamente, não se queixou das críticas, defendeu a liberdade de imprensa e explicou seu ponto de vista quanto ao fatiamento da ação penal e às diferenças nas condutas de João Paulo Cunha e Henrique Pizzolato.
A conversa parece ter tido bom resultado. Escreveu Merval: "de minha parte, mesmo ele não tendo reclamado, depois da conversa franca e educada com o ministro Ricardo Lewandowski, espero ter me precipitado ao afirmar que ele agia assim para ajudar os réus políticos, especialmente os petistas."
Para finalizar estas duas postagens sobre o ministro Lewandowski, indicamos a reportagem de Débora Zampier para a Agência Brasil, onde o revisor afirmou que “o juiz não deve ter medo das críticas porque o juiz vota ou julga com sua consciência e de acordo com as leis. Não pode se pautar pela opinião pública”. Nem pela opinião publicada, acrescentamos.
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Confira a primeira parte deste post.
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