quinta-feira, 28 de junho de 2012

Mensalão: a hora e a vez de Roberto Gurgel

Poucos personagens têm tanto a ganhar e tão pouco a perder com o julgamento do mensalão pelo Supremo quanto o procurador-geral da República Roberto Gurgel (foto).

(foto: Agência Brasil)

Ser o acusador em um caso onde a maior parte da mídia quer a condenação dos acusados já é meio caminho andado, ainda mais para quem, como Gurgel, já demonstrou se sair bem em sustentações orais e no contato com a imprensa.

Assim, o procurador-geral poderá faturar se conseguir a condenação dos acusados mais importantes (José Dirceu à frente). Mesmo que os réus sejam absolvidos, a "responsabilidade" - na visão da mídia - recairia principalmente sobre os ministros do STF, só afetando Gurgel se ele tivesse uma postura muito ruim na sustentação oral, situação difícil de ser imaginada.

O momento do julgamento também não poderia lhe ser mais apropriado. Roberto Gurgel, junto com sua mulher, a subprocuradora da República Claudia Sampaio Marques, foi acusado de ter engavetado investigações que envolveriam o senador Demóstenes Torres (ex-DEM/GO) e o bicheiro Carlinhos Cachoeira, situação ainda não esclarecida, mas que será "perdoada" pela imprensa com uma boa atuação no mensalão.

Durante o julgamento, Gurgel deverá ser figura constante no noticiário. Após, terá que decidir se aceita ou declina de convites para programas como Roda Viva (Cultura), Canal Livre (Bandeirantes), De frente com Gabi (SBT), etc. Caso vá ao Programa do Jô (Globo), sua semelhança com o apresentador pode tirar o foco do conteúdo da entrevista.

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