quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Noticiar um fato estimula sua prática?

Uma promotora de Justiça de São Paulo não gostou do teor da reportagem "Faturando com sensualidade", publicada no caderno Folhateen do jornal Folha de S.Paulo. Entendeu que a matéria, que tratava de shows via webcam, venda de calcinhas usadas e ensaios fotográficos eróticos, era inadequada aos adolescentes leitores da publicação.

Segundo o informativo Migalhas de 8/2 *, o Ministério Público (MP) tentou formalizar um termo de ajustamento de conduta para que a Folha publicasse nova reportagem sobre o tema, desta vez só com dados negativos, tais como os prejuízos físicos e emocionais do que qualificou como "prostituição virtual".

Diante da negativa do jornal em permitir que o MP decidisse o que deveria ser publicado, foi ajuizada ação civil pública contra a Folha, onde o órgão ministerial pede a condenação "em valor não inferior à importância obtida pelo jornal com a comercialização daquela edição", por ter supostamente violado direitos fundamentais ligados "à personalidade, ao respeito e à dignidade de indeterminável número de adolescentes".

Duas discussões sobre o tema: 1) Noticiar um fato sem lhe conferir status negativo influencia sua prática pelos leitores? 2) Está correta a promotora em qualificar as condutas como "prostituição virtual" ou houve nítido exagero?
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* Confira, na reportagem do Migalhas, a íntegra da matéria da Folha e da ação civil pública.

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