Em 17/1 comentamos reportagem do Estadão sobre o embate entre trabalhadores rurais do MST e o governador paulista Geraldo Alckmin. Ficou a impressão de que para uns a Justiça é lenta, mas para outros é muito rápida.
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O jornal O Estado de S.Paulo desta segunda-feira dedicou grande espaço para a questão das invasões (ou ocupações) organizadas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra, o MST. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou que o governo paulista "não vai tolerar" invasões de propriedades.
José Rainha Junior, um dos líderes do MST em São Paulo foi ouvido pelo jornal. Ele quer que o governo assente 8 mil famílias no oeste do Estado, em especial nas terras que a Justiça já decretou como devolutas, que chegariam a 200 mil hectares.
Na matéria, Rainha avaliou a Justiça da seguinte forma: "A Justiça também precisa ser mais rápida. Hoje, ela é rápida só para um lado. Veja que, mesmo no fim de semana, alguns juízes já deram liminar para despejar os sem-terra. Se a Justiça for sempre rápida assim, parabéns".
A crítica do líder dos sem-terra não surpreende. O que me chamou a atenção é que ouvi opinião idêntica - inclusive com o mesmo exemplo envolvendo trabalhadores rurais - no início dos anos 2000, quando, como repórter da Carta Maior, entrevistei uma ministra de um dos tribunais superiores.
Infelizmente, quando a Carta Maior deixou de ser um site exclusivamente jurídico para passar a ser um dos sites políticos mais conhecidos do país, todo o arquivo anterior foi deletado, de modo que não tenho como anexar aqui a entrevista.
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Confira a reportagem "Rainha quer terras para assentar 8 mil", do Estadão de 16/1.
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