quinta-feira, 5 de agosto de 2010

A entrevista de Eros Grau ao Estadão

Um dia após sua aposentadoria como ministro do Supremo Tribunal Federal, Eros Grau concedeu uma contundente entrevista aos repórteres Fausto Macedo e Felipe Recondo, d'O Estado de S.Paulo. Nela, abordou temas importantes e não se furtou a manifestar opiniões contrárias à opinião pública.

Os entrevistadores dedicaram grande espaço - além do título - à Lei da Ficha Limpa, que tem o ministro como um de seus opositores. Sobre o tema, destaco dois trechos das respostas de Eros Grau com os quais concordo:

"De mais a mais, o eleitor não é imbecil. Não se pode negar a ele o direito de escolher o candidato que deseja eleger". Na sequência, perguntado se votaria em um político com ficha suja, explicou que não votaria em um candidato condenado com trânsito em julgado e reafirmou: "Importante, no entanto, é que eu possa exerecer o direito de votar com absoluta liberdade, inclusive para votar em quem não deva".

Outro ponto importante foi a crítica à transmissão das sessões de julgamento do STF pela TV Justiça. Depois de afirmar que o televisionamento acabava transformando algumas sessões em "exibicionismo", Eros Grau sustentou que as transmissões ao vivo irão acabar "no dia em que um maluco se sentir prejudicado e agredir ou der um tiro num minstro".

Para fechar com chave de ouro, faltou apenas os repórteres questionarem a preferência do entrevistado sobre quem deve ocupar sua cadeira.
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Confira a entrevista "Lei da Ficha Limpa põe em risco o estado de direito", do Estadão de 3/8.

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