sábado, 13 de fevereiro de 2010

Leituras de carnaval. Tema: Brasília

Indico, neste sábado de carnaval, três bons textos sobre Brasília.

O primeiro é a coluna de Fernando Rodrigues na Folha de S.Paulo de hoje, intitulada "Brasília fracassou". Rodrigues sugere a "devolução" do Distrito Federal para Goiás; as cidades satélites passariam a ter prefeitos e vereadores e os moradores do DF votariam para governador, senadores e deputados de Goiás.

Para o autor, "os benefícios seriam fartos. O Senado eliminaria as três vagas de Brasília. Não haveria mais Câmara Distrital e a casa dos horrores chamada Palácio do Buriti, sede do governo local".

A ideia - com algumas importantes variantes - é defendida por outros colunistas políticos de peso, como Villas Bôas-Corrêa. O segundo texto indicado é "A reforma política começa por Brasília", publicado no blog de política do Jornal do Brasil em 12/2.

Sustenta Corrêa que "a prioridade natural, urgente, inadiável da reforma política é o enquadramento de Brasília como a capital do país e, como tal, uma capital enxuta, sede dos três poderes e seus órgão auxiliares. Deformá-la pelas maroteiras como estado, com as quinquilharias de governador, com ministros e secretários, Assembleia Legislativa – como se não bastassem os escândalos do Congresso – Câmara Municipal com vorazes vereadores é um deboche com o país, um escárnio com a população que paga as contas".

Brasília, aliás, é definida por ele como "uma das maravilhas do mundo cercada de favelas".

Por fim, Mauro Santayana, brilhante jornalista, defende há tempos o fim da autonomia política da capital do país. Em 11/2, no já citado blog do Jornal do Brasil, voltou a externar seu posicionamento no artigo "A intervenção e o fim de um desatino".

Santayana prega a intervenção federal requerida pelo procurador-geral da República como o "início do processo de reversão constitucional da autonomia do território", autonomia política que, para ele, configura uma "aberração".

Completa o jornalista: "a cidade, como entidade política, não se pertence. Ela se integra no todo, representado pela União, por ser a sede dos três poderes do Estado nacional (...) pertence ao conjunto da República, mas não é membro da Federação exatamente como os outros".

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