sábado, 21 de novembro de 2009

5 a 4 é muito ou é pouco?

Mais uma vez, vamos tratar do caso Battisti. A grande mídia posiciona-se frontalmente contra a decisão do Supremo Tribunal, de que cabe ao presidente da República dar a palavra final sobre a extradição ou não do ex-ativista italiano.

E tome editoriais, colunistas, "reportagens" opinativas, etc. Nesta sexta (20/11), o Estadão exagerou. Usou, nitidamente, dois pesos e duas medidas para contagens absolutamente idênticas.

Em editorial, o jornal paulista considerou que o primeiro placar de 5 a 4 a favor da extradição "deixou clara a posição majoritária da Corte". Mas, ao se referir à segunda votação, favorável à vontade final do presidente da República, a opinião foi outra. Afirmou que "essa foi a interpretação que prevaleceu, por apertada margem de 5 votos a 4".

Fica a indagação. O placar de 5 x 4 em uma votação do STF representa claramente a posição majoritária do tribunal ou significa apenas uma apertada margem?
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Confira o editorial "Pura perda de tempo no STF?", de O Estado de S.Paulo de 30/11, reproduzido no clipping da ANPR.

PS: Provavelmente desconhecendo o teor do editorial que seria escrito, o repórter Vannildo Mendes, em reportagem intitulada "Tarso vê viés 'fascista' em pressão italiana e diz que Battisti deve ficar", publicada no próprio Estado, na mesma data, uma página depois do editorial, afirmou "O tribunal decidiu na quarta-feira, em votação apertada (5 votos a 4), que os crimes de Battisti foram comuns e não políticos".

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