No Brasil, dizia-se que só iam para a cadeia os chamados três "P"s, que - em linguagem politicamente incorreta - significava "preto, pobre e puta". Proclamava-se que acusados ricos contratavam bons advogados e, com isso, escapavam dos rigores da lei penal.
Uma pesquisa do Ministério da Justiça, divulgada pela Agência Brasil e reproduzida pelo Correio Braziliense de 16/10, mostra a outra face desta realidade. Segundo a reportagem, nada menos que 90% dos presos são atendidos pelas Defensorias Públicas.
Os números parecem-nos exagerados, especialmente quando se leva em conta que o Estado com o maior número de processos - São Paulo - possui uma defensoria ainda muito mal estruturada, como se observa das palavras do próprio defensor público de SP, Carlos Weis: "São Paulo tem 35 defensores para 150 mil presos"!
A conta não fecha! Por mais abnegados que sejam os defensores estaduais, não conseguiriam dar conta dos processos de 90% destes 150 mil detentos. Outro ponto: onde entram os advogados criminalistas mais simples? Uma rápida visita a qualquer fórum criminal do país e se vê uma infinidade deles. Seus clientes não são presos? Tais pontos, infelizmente, não foram questionados pelo repórter.
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Confira a reportagem "Defensoria pública atende 90% dos presos no Brasil", do Correio Braziliense.
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