Um de nossos leitores, estudante de jornalismo da Universidade Federal de Viçosa, relatou-nos um problema pelo qual passou. Como parte da disciplina webjornalismo, ele e alguns colegas criaram um blog para cobrir as atividades da Câmara de Vereadores local.
O nome do blog é Câmara Aberta e foi registrado no endereço "camaravicosa.blogspot.com". O blog está devidamente identificado como parte do projeto universitário dos estudantes e seus autores, sete ao total, também se apresentam claramente. Vale o destaque: Os autores deixam claro não se tratar de um blog oficial e ainda indicam aos leitores o site da Câmara da cidade.
Mesmo com tudo isso, alguns vereadores e a assessoria de imprensa da casa reclamaram muito e praticamente "exigiram" que eles mudassem de endereço virtual. O argumento: o blog dos estudantes poderia ser confundido com um futuro blog oficial (leia-se, chapa-branca) que a Câmara ainda planejava criar.
Por questões de boa vizinhança e para não prejudicar os objetivos do trabalho acadêmico, os estudantes optaram por mudar o endereço do blog para "camaraabertavicosa.blogspot.com". Desde então, a boa notícia é que não houve mais problemas com os vereadores, que passaram a atender bem os futuros jornalistas da cidade.
Embora o problema específico já esteja superado, a discussão é muito interessante. Até onde vai o direito da Câmara? Tem ela a real pretensão de proibir o uso do nome "Câmara Viçosa" em toda a internet? Aí incluídos Blogger, Wordpress, Twitter, Orkut, Facebook, Youtube, Myspace, Fotolog, Flickr, Ning e as outras tantas redes sociais já criadas ou ainda por vir...
Diante de atitudes como esta, gosto de lembrar do exemplo de um certo jornal, já centenário, um dos três mais importantes do país. Será que algum governador já quis alterar o nome de O Estado de S.Paulo porque poderia ser confundido com o diário oficial do Estado?
Um comentário:
Excelente a sua pergunta. E eu ainda tenho outra: Não estariam insatisfeitos esses vereadores com a divulgação de seus "atos" como vereadores? Acho que a expressão Câmara Aberta os irrita ainda mais, pois, quem sabe, eles não queiram seus atos divulgados. Perguntar não ofende.
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