quarta-feira, 17 de setembro de 2008

STF faz mídia relembrar existência do PCC

A recente decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), de liberar nove integrantes da chamada tropa de choque do Primeiro Comando da Capital (PCC) porque, passados quatro anos da prisão, nem mesmo a instrução processual havia terminado, teve um efeito curioso, trouxe de volta às páginas dos jornais a expressão "PCC".

O PCC, umas das mais bem estruturadas e perigosas organizações criminosas do país, tem sua origem e controle nos presídios paulistas. Também chamado de "Partido do Crime", o grupo ficou conhecido nacionalmente com duas grandes ações: as rebeliões simultâneas em 29 presídios de São Paulo (fevereiro de 2001) e os ataques generalizados a diversas cidades paulistas em maio de 2006, que resultaram em 90 ônibus queimados, delegacias e bancos metralhados, pânico na população e mais de uma centena de mortos (incluída aí a reação policial nos dias que se seguiram aos ataques).

Ocorre que, em algum momento entre o segundo semestre de 2006 e o início de 2007, a mídia, de forma concatenada, decidiu abolir as expressões "PCC" e "Primeiro Comando da Capital" das páginas dos jornais e revistas e das reportagens de TV e rádio. No lugar do nome da organização, surgiram expressões vazias e anódinas, como "organização criminosa que atua nos presídios paulistas" ou "facção que controla os presídios de SP".

Sem entrar no mérito da decisão da Suprema Corte, ela pelo menos foi útil para trazer um pouco de transparência e clareza ao jornalismo, que voltou a identificar pelo nome o PCC.

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