Dificilmente um tema consegue obter o posicionamento praticamente unânime dos órgãos de comunicação. Jornais, revistas, emissoras de rádio e de TV possuem donos e interesses distintos – muitas vezes antagônicos – o que diminui as chances de entendimento entre os veículos.
Um dos exemplos dessa quase unanimidade foi a defesa da liberação das pesquisas com as células-tronco embrionárias quando do julgamento no Supremo Tribunal Federal. O exemplo mais atual é a atuação dos promotores e juízes eleitorais de SP, em especial no que diz respeito às multas aplicadas à Folha, à Veja e à candidata Marta Suplicy.
O assunto é destaque deste blog – que tem como tema central a análise da cobertura da imprensa sobre questões jurídicas – desde a última terça. A seguir, adicionamos três novas opiniões sobre o tema:
“Em nenhum outro momento, afinal, um promotor eleitoral arvorou-se em editor de jornal e achou que tem poder suficiente para decidir qual pergunta deve ser feita a um candidato e qual a resposta que ele deve dar. (...) Que essa sucessão de bobagens não se abata sobre as promotorias eleitorais de outras cidades. Se essa moda pegar, a Justiça Eleitoral, que pretensamente tem que zelar por uma eleição livre e democrática, vai transformar-se num enorme departamento de censura.” (Valor Econômico, em seu editorial de 20/6)
Leia o editorial “Justiça eleitoral confunde fiscalização com censura” na íntegra (clipping do Ministério do Planejamento).
“Eu atribuo isso [a decisão judicial] exatamente à falta de estudo, à falta de dedicação ao direito, que é uma ciência. (...) É claro que o político tem de falar de seus programas. Ele não tem de dizer se gostou do Cirque du Soleil. Atribuo isso realmente à falta de escolaridade dos promotores e, sobretudo, do juiz, que aceita uma proposição inédita como essa. Como a falta de escolaridade é tão gritante, acho que os tribunais não podem nem debater isso, têm de anular imediatamente.” (Saulo Ramos, advogado e ex-ministro da Justiça, na Folha)
Leia a entrevista completa de Saulo Ramos à competente repórter Lilian Christofoletti, na Folha de S.Paulo de 20/6 (clipping do MNP – Movimento Nacional de Produtores).
“A decisão do juiz é tão descabida, tão surpreendente, que é preciso um enorme esforço para discuti-la a sério, o que, obviamente, se faz aqui até em respeito ao juiz e a tudo o que ele representa. Mas, que não entra na cabeça, não entra.” (Eliane Cantanhêde, na Folha de S.Paulo de 20/6)
Leia a íntegra da coluna de Eliane (reproduzido no site do PPS – Partido Popular Socialista).
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