Estive pensando há alguns dias nas eleições deste final de semana. Um texto publicado hoje no informativo Migalhas animou-me a escrever sobre o tema. Como eram festivas as eleições há algumas décadas e como hoje elas caminham para o marasmo total.
São tantas regras, limitações e imposições que, a continuar nessa toada, em breve nossas eleições serão chatas como as dos EUA ou de alguns países europeus, onde mal se percebe que o dia é de escolha dos futuros governantes.
Os maiores responsáveis por tais regras são, de um lado, o Tribunal Superior Eleitoral, de outro, o Congresso Nacional. Atualmente, a boca de urna é proibida, os comícios não podem contar com artistas, o horário eleitoral não admite cenas externas ou efeitos visuais, alguns políticos estão vetados até de aparecer na propaganda de certos candidatos.
Isso para não falar nos chatíssimos debates eleitorais, com a participação de uma infinidade de candidatos nanicos e com tantas regras que o resultado costuma ser pior que o próprio horário eleitoral.
Assim, assinamos embaixo as palavras do Migalhas:
"Eleições
A propósito, seria tão bonito se no domingo, aniversário da Constituição, tivéssemos aquela festa nas ruas, com campanhas e tudo mais. Hoje em dia, a pretexto de tornar o processo eleitoral mais não sei o quê, acabou-se com a festa democrática que enfeitava as cidades. E a papelada que era jogada nas ruas, coisa que durava um dia só, era um sinal de que a democracia pulsava. Hoje, dia de eleição parece dia de Finados. E aqui, entre um e outro, ficamos com Finados, pois visitar os mortos é a garantia de que estamos vivos." (Migalhas)
Boa eleição a todos!
2 comentários:
Ricardo, acho que você e os colegas do Migalhas estão certos em parte. Realmente perdemos um pouco do colorido da democracia com as restrições de panfletagem, mas acredito que o problema maior em nossa jovem democracia (um pouco mais de 20 anos) é a pouca criatividade dos candidatos e de seus assessores de lado, e do excesso de restrições da justiça eleitoral.
O fato dos candidatos não poderem captar recursos financeiros com o uso de cartões de crédito, por exemplo, em doações de pessoas físicas, é um prato feito e cheio à corrupção, pelos interesses empresariais.
Não se faz política de verdade, com trabalho de base e de militância. Também não encontram partidos políticos coesos, com bandeiras firmes e inabaláveis. Você acaba votando mais em PESSOAS/CANDIDATOS do que em PROPOSTAS/PARTIDOS, e há ainda as coligações esdrúxulas, divisões internas enfim, fica difícil estar plenamente animado em votar.
Acho que estamos próximos de uma estagnação deste modelo de fazer política e de fazer eleições, e os partidos e candidatos quem souberem planejar melhor o seu saber e fazer política, vão prosperar, é o que eu acredito.
Ricardo soy Gonzalo Ramirez profesor de Derecho Constitucional de Colombia, estamos organizando un encuentro de Blawgers en Bogotá para el 2009. Por favor escribeme a goracles@yahoo.es
Gonzalo
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